terça-feira, 4 de junho de 2013

Os primeiros convidados a participarem.

Olá, caro leitor deste blog. Vou discutir um assunto que a meu ver não é e não será polêmico de forma alguma (pelo menos para mim).

Claro, poderá nos comentários haver discordâncias, de acordos ou outros comentários que os leitores quiserem manifestar-se. Fique à vontade para discussão sadia e inteligente. Escreva abertamente e coloque sua ideia.

No dia 2 de junho e 2013 teve a décima sétima edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo. O lema deste ano foi "Para o armário, nunca mais! - União e conscientização na luta contra a homofobia", para as pessoas assumirem abertamente a sua orientação LGBT.

 Até aí eu concordo em partes. Na minha modesta opinião não sou muito a favor dessa palavra "assumir". O que se faz entre quatro paredes de uma intimidade sexual não diz respeito a terceiros.

Heterossexuais não precisam assumir a sua posição sexual para ninguém. E por que com LGBT deve-se ostentar de modo notório essa posição?

Sexo é algo íntimo. Muito íntimo. Conheço gays que são absolutamente discretos e felizes. Eu não estou dizendo aqui que gays, lésbicas ou bissexuais não devem afirmar sua orientação para as pessoas publicamente. Façam se quiserem fazer livremente. O que não estou de acordo e que deveria sair do termo social é o "assumir" e o "sair do armário".  Fale da sua vida sexual se quiser de modo tranquilo, responsável e seja infinitamente feliz. Falar abertamente deve ser opção e não imposição. Diga se quiser e se não quiser também é uma escolha saudável. Estar seguro de si expressando o que curte sexualmente falando é o que há. Mas se não quer expor nada, bastando estar curtindo seu companheiro ou companheira entre quatro paredes, também está correto.

Discordando disso comente à vontade. Adoro discussões inteligentes. Esse meu conceito que expus não é fundamental. Totalmente aberto para mudar de opinião com outras opiniões, pois mudar de opinião não significa ficar em cima do muro ou demonstrar imaturidade de ideias.

Concordo com Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), que disse que a Parada do Orgulho LGBT não pode ser vista apenas como um carnaval fora de época. Exatamente. Isso mesmo. Abaixo à homofobia, ao preconceito, à intolerância.

Porém, infelizmente o mundo jaz no preconceito. Quem diz que não existe preconceito no Brasil ou no mundo só porque há avanços tecnológicos ou porque estamos no século XXI, engana-se feio.

A manifestação do preconceito e da intolerância não está em bater em gays na Praça da República ou bater com lâmpadas na Avenida Paulista. Lamentavelmente eles são mais obscuros e assustadores.

Eu vejo, eu percebo, eu noto. Isso está nas opiniões das pessoas. São opiniões nas conversas em bares, restaurantes, no trabalho, na balada, nas ruas, no metrô, nos ônibus...

Elas falam claramente nos bate-papos com outras pessoas suas posições. E quem são essas pessoas? Pessoas comuns: donas de casa. pais, mães, trabalhadores, desempregados, religiosos, não religiosos...enfim...pessoas comuns (anônimas - não famosas publicamente) que vivem na nossa sociedade. Brasileiros e brasileiras.

É óbvio, é lógico que, se aparecer um repórter de TV, de jornal, da internet ou de rádio perguntando a essas pessoas o que acham dos homossexuais, falarão aquilo que todos nós conhecemos. O famoso clichê: "Nada contra. Tenho muuuuitos amigos gays." E etc, etc, etc...

São poucos que dão a cara para bater. E por quê não dizer que quase ninguém vai falar expondo uma opinião contra LGBT? Claro. Quem quer ser "linchado" virtualmente de graça nas redes sociais? Está entendendo o que quero dizer?

E câmera sendo desligada e o entrevistador indo embora, "renasce" aquela opinião que sempre tiveram as pessoas de VERDADE.

Faça um teste. Pergunte descompromissadamente para qualquer pessoa ou um (a) amigo(a) seu (ua) a verdadeira opinião sobre gays. Serão poucos a dizer que realmente aceitam e respeitam. E perante um público através de uma câmera darão uma postura de "amigos de todas as gentes", mas que é tristemente mentirosa.

Por isso fica como sugestão minha para combater a eterna luta contra qualquer preconceito que dá luz ao título desta postagem: os primeiros convidados a participar.

Do que estou falando? Simples. Para a próxima Parada do Orgulho LGBT o tema deveria ser esse. Que os primeiros convidados a participarem da Parada sejam os heterossexuais.

Como? Assim: "Tragam suas crianças, seus adolescentes, seu pai, sua mãe e seus avôs e avós. É um evento familiar. Todos podem participar. Não é evento exclusivamente para gays. É um evento de gays destinados para todos, independentemente da orientação sexual. Vocês amados heterossexuais são nossos convidados em primazia. Vamos cultuar a diversidade, o amor ao próximo,à aceitação e principalmente ao respeito." É isso. Fica a ideia no ar.

Finalizando, é isso que tenho a dizer. Fica agora a seu critério concordar, não concordar, escrever do que entendeu ou não entendeu, do que achou importante ou não. Ficarei feliz se houver comentários. É isso aí. Saudações blogueiras mais uma vez.

2 comentários:

  1. Bom, nunca fui a uma parada gay, mas adoraria, mas parece que a parada está mais para shows do que para protestos de direitos, cidadania e diversidade. Todos devem frequentar, pois a realidade é essa e cada um tem seus direitos, mas acho que a parada devia ser mais séria, apesar de nunca ter ido a uma, só vi pela TV.

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  2. Sabe que ainda não tinha pensado nesse ponto... Sobre a palavra "assumir"... Tenho alguns amigos gays (sem querer ser clichê ehehe) e ainda não tinha analisado por esse ângulo, e acredito que nem mesmo meus amigos... Acho importante o fato das pessoas não precisarem esconder sua opção, mas como você bem escreveu o preconceito é mais obscuro e assustador do que se pensa.

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