domingo, 23 de junho de 2013

As manifestações, o vandalismo, o beijo na testa inoportuno e a dor de cabeça.

Ocorrência: dezenove de junho de 2013, manhã de quarta-feira.

Ao chegar na entrada do prédio do meu trabalho, vejo o que o povo fez nas ruas do centro de São Paulo na noite de dezoito de junho de 2013: depredações, sujeira, arrombamento e saque em lojas.

Por que isso? Porque o mês de junho foi palco no país inteiro de manifestações como nas ruas de São Paulo e diversas cidades do Brasil contra o aumento das tarifas de ônibus coletivo. No caso de São Paulo, a tarifa havia ido para R$ 3,20 no comecinho do mês. O movimento chamado "Passe Livre" (Movimento Passe Livre (MPL): um movimento social brasileiro defensor da aplicabilidade da tarifa ser zerada no transporte coletivo)  'idealizou' as manifestações pelas ruas, como na Avenida Paulista. Isso contagiou o país inteiro a lutar pela redução nos coletivos de suas cidades. Um movimento que começou pequenininho, transformou-se em 65 mil pessoas em SP, 100 mil no RJ e outras dezenas de milhares em diversas cidades. Algo transformador, diferente, inimaginável, estranho, mágico e surpreendente. Todos os telejornais cobrindo esses acontecimentos que tornou-se "febre" nas mídias de notícias e em muitas praças urbanas e interiores tais movimentos.

O resultado disso foram as diminuições das tarifas dos coletivos em muitas cidades. Em São Paulo, a tarifa que estava em três reais e que havia subido para três reais e vinte centavos, a partir de 24 de junho retornara ao patamar de três reais. Algo inédito no país. Nunca imaginei que uma mobilização fosse ficar tão poderosa a contagiar milhares de pessoas. Destaque para o governador Geraldo Alckmin e prefeito Fernando Haddad que foram categóricos ao afirmarem que não diminuiriam em hipótese alguma as passagens dos ônibus, trens e metrô. Voltaram atrás semanas depois. Trens, metrô e ônibus novamente R$ 3,00.

Amigos meus de redes sociais que eu jamais pensara que iriam às ruas lutar por direitos, surpreendeu-me. Percebi o quanto a coisa estava séria numa proporção monstruosa.

Sempre considerei o país apático, tépido por lutas, pois a cada vez que pessoas queriam sair para criar movimentos em defesa de um coletivo, muitos não se interessavam por medo ou insegurança das consequencias que poderiam-se gerar (como serem demitidos por exemplo). Desta vez puro engano meu.

Convites na rede social Facebook onde 100 mil, 150 mil, 200 mil pessoas aceitavam participar dos movimentos, pasmavam até coronéis da polícia militar. Desse montante de gente, um terço literalmente comparecia. Não eram apenas por vinte centavos de aumento, mas contra a PEC 37, corrupção, lutas por melhorias na educação, saúde, transporte, questionamentos sobre os altos custos com a construções de estádios e despesas com a Copa do Mundo no Brasil em 2014 foram discutidas veementemente.

O Passe Livre disse que não iria mais chamar as pessoas para protestarem contra os aumentos tarifários. Mas a bandeira de sair nas ruas não morreu. Agora são paralisações em muitos lugares, praças e avenidas nas cidades diversas contra outros problemas do país. E curiosas as frases na internet: "Desculpem-nos pelo transtorno. Estamos mudando o nosso país." E outra em que modificaram as palavras escritas da Bandeira Nacional: de "Ordem e Progresso" para "Em Progresso".

Não poderia / não deveria entre as manifestações existir vândalos, baderneiros e bandidos infiltrados. Como falei no começo do blog, infelizmente esses tipos de pessoas causaram depredações, sujeira, arrombamento e saque nas lojas e supermercados.

Agência do Itaú na praça Patriarca, Loja Marisa, Magazine Luísa e Loja Rubi no centro de São Paulo arrombadas e saqueadas, como computadores, eletrodomésticos, jóias e relógios.

Lamentável. Tendo esses tipos de pessoas enfraquecem a ideologia na luta nas ruas por um país melhor. E ao ver a entrada do meu local de trabalho com vidros estilhaçados e tentativa de arrombamento deixou-me triste.

Triste por chegar atrasado ao serviço também. Não estava no pique. Percebi que o dia não parecia estar bem para mim ou favorável. E dito e feito para falar da dor de cabeça que passei dentro do meu local de trabalho.

Uma das coisas que pratico há tempos no meu local de trabalho e que faço com orgulho e prazer é cumprimentar uma por uma cada pessoa quando chego. Aos colegas o velho cumprimento com as mãos e às colegas um beijo no rosto. Um por um diariamente. Gratificante e sem interesse algum praticar esse ato saudável a plausível.

Com as colegas mulheres, algumas eu cumprimento beijando na testa ou na cabeça. Das que eu faço isso, sempre aceitaram naturalmente e numa boa.

Por sorte ou por puro azar, resolvi meio que automaticamente fazer isso pela primeira vez com uma colega. Ao beijar sua cabeça ela se esquivou dizendo:

- Que isso!!?

 Naqueles segundos me afastei da colega e continuei a cumprimentar demais pessoas. Depois que terminei com todo mundo, dirigi-me à pessoa novamente e perguntei:

- Oi, você se assustou com o ocorrido?

Ela:

- Olha eu não gostei do que você fez. Não gostei disso, não.

- Bom...eu sempre faço isso com algumas meninas daqui de beijar a testa de alguma delas.

-Olha...nem meu marido beija a minha cabeça quanto mais você. Não te dei essa liberdade.

Eu:

-Puxa, me desculpa, perdão por isso. Desculpa.

E saí para o meu lugar a trabalhar já num estado de arrasado.

Fiquei mal o dia inteiro. Quase o tempo todo com vontade e chorar quando me vinha na mente aquela cena horrível e desastrosa com a colega.

Algo que considerei e considero louvável e bonito de beijar na cabeça ou na testa das mulheres há anos onde tal acontecimento me derrubara de modo bastante significante.

O dia rendeu brandamente. Fiquei no celular a me lamentar no twitter com estas frases:

Hoje o dia pra sair pra trabalhar foi desagradável. Acho que estou com uma energia ruim que atraiu. É engraçado este estado de momento, de situação comigo. Como entender? E como evitar? Um simples cumprimento...por quê? Maldito cumprimento, maldito beijo na testa. Há males que vem pra bem. Desse fato houve um fator positivo: aprendi a conhecer melhor a pessoa e ela a mim. Nada como estar intimista neste momento... Será que a vida é de fato como diz uma letra dos Titãs: "não é o mundo ideal na cabeça de ninguém"? De volta aos primórdios das situações ruins de anos atrás... Como melhorar-me? Estou mal e triste. :/ :(  Nem ir ao banheiro quero ir só para não me deparar com a pessoa. Que triste.Quando eu estiver numa energia ruim e não estiver com mínima vontade de retirá-la,o que fazer?Quanta falta de compreensão!Às vezes aprendemos que literalmente são poucas as pessoas que se importam com você."Não te dei liberdade. Nem meu marido beija a minha cabeça". Quem tá de fora pode achar engraçado ou ridículo,mas não é. É muito íntimo. Hoje o twitter é pra se lamentar.O que está acontecendo comigo?Vontade de chorar...Sorte nas palavras, azar nos acontecimentos. Ela foi fazer feed back...Como eu odeio cometer vacilos. Como eu odeio! Por que ser tão vaciloso Marcio? Somente as iniciais da pessoa: R. L. C. Pra ficar registrado aqui e no futuro. Um dia da caça e outro do caçador. Um dia a gente consola os outros e no outro, lamentamos, necessitando sermos consolados.Um dia disse que escreveria minha autobiografia chamada " Lamentações de Marcio Gonçalves dos Santos". Aqui parece ser um esboço.Vontade de ir embora...mas não de ir pra casa...mas sim de sair por aí...ficar andando...indo de um lado para o outro...Tô só me segurando. Mas talvez daqui a pouco irei ao banheiro derramar as lágrimas...

E assim foi o meu twitter desse dia dezenove de junho, quarta-feira. Sem alguém para desabafar, ficou no twiter, mesmo:

https://twitter.com/marcioxp2255

No dia seguinte eu dei 'bom dia' a ela e ela nem respondeu. Depois na sexta-feira, dia vinte e um, dei um 'bom dia' e ela respondeu 'bom dia'. Nunca mais tocarei nela e nem aperto de mão sequer. Talvez a palavra "nunca" seja um pouco pesada, mas tudo é eterno enquanto dura. Enfim...

O que este fato contado aqui pode significar? Alguma relação com a ocorrência do vandalismo no térreo do prédio do local do trabalho? Energias ruins desencadearam para tal fato? Como explicar essa ocorrência desses "mistérios" espirituais e de energia?

Tudo resultou com o princípio das manifestações, o vandalismo, o beijo na testa feito pela primeira vez a uma colega que não esperava por isso num momento errado - inoportuno -  e a dor de cabeça gerada em mim.

Beijar na testa significa respeito. Fui ensinado dessa forma desde pequeno. Não precisa ser íntimo de uma pessoa para saudá-la dessa forma. Se ela conhece essa atitude, basta aceitá-la e agradar-se muito disso. Mas claro, nem todos podem concordar com isso, infelizmente. Vivendo e aprendendo.

Sou a favor do amor e do carinho com ENORME  RESPEITO. Eu ainda acredito no ser humano, eu amo as pessoas. Eu deixo a minha carteira de dinheiro em cima da minha mesa e vou ao banheiro ou ao outro andar na plena certeza que estará intacta. Se pudesse beijar 100% de cada colega de trabalho (homem e mulher) na testa eu beijaria com todo o respeito (porque beijar na testa é de fato respeito) faria isso com muito amor. Mas é lógico: nem todos podem aceitar isso devido a diversos fatores como crença, machismo, feminismo, convicções, intimidade e principalmente individualidade de cada ser humano.

Mesmo sendo um post longo, perceba que o título dele com quatro colocações, encaixou-se perfeitamente. Cada situação que descrevi foi conciso. Houve harmonia. Quatro conjuntos de temática que resultaram (ao meu ver) uma perfeita simetria da dissertação.Cabe a você comentar - se quiser -  essa minha experiência pessoal compartilhada aqui neste blog.

É isso. Saudações blogueiras. E vamos seguindo em frente sempre buscando melhorar. Que Deus abençoe a colega que repudiou (com ignorância) meu RESPEITO a ela e abençoe a mim. Tenho dito. Amém.

domingo, 16 de junho de 2013

Copa das Confederações 2013 de futebol.

Dou início a este blog reproduzindo as falas de Joseph Blatter (presidente da Fifa) e de Dilma Rousseff (presidente do Brasil) na:


Abertura da Copa das Confederações 2013 em 15-06-2013 (sábado), com Joseph Blatter e Dilma Rousseff.

JOSEPH BLATTLER: Prezados amigos do futebol de Brasília. Estamos todos unidos hoje para uma verdadeira festa do futebol no país pentacampeão. É um grande prazer em nome da FIFA de dar a bem-vinda e a gratidão às autoridades brasileiras lideradas por Sua Excelência a presidente Dilma Rousseff.

Vaias e aplausos ao mesmo tempo, só que prevalecendo o som das vaias pelo estádio Mané Garrincha (Brasília) como um todo.

JOSEPH BLATTLER: Amigos, amigos do futebol brasileiro: aonde está o respeito e o *fair play, por favor?

Mais vaias.

DILMA ROUSSEFF: Declaro oficialmente aberta a Copa das Confederações FIFA 2013.



* Fair play: No meio esportivo expressão que significa: jogo limpo, justo, jogar sem agredir propositalmente.

Pois é...que fatores estão contribuindo para tais vaias? O que o povo brasileiro -  brasiliense especificamente creio eu -  está insatisfeito? Mudanças (não sei quais) estão por vir. Aguardar. O mundo está mudando bruscamente. Temos que prestar mais atenção nisso lendo jornais e ouvindo as notícias. E perceba que situações de momento logo quando passam, o novo sempre vem. Todos os torcedores imediatamente esqueceram do histórico e memorável episódio de Dilma com o presidente da Fifa Joseph Blatter sendo vaiada para manifestarem o prestígio à seleção brasileira de futebol. E não podemos nos esquecer que nos Jogos Pan-americanos de 2007 e então presidente Lula fora vaiado.

Desde o começo da abertura da Copa das Confederações toda a torcida no estádio exerceu o seu amor à pátria: primeiramente com vaias à autoridade máxima do país e depois curtirem o futebol brasileiro em 15 de junho de 2013, sábado.

Não podemos esquecer também das manifestações feitas por horas e minutos antes da abertura do evento em frente do estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (DF). Essas pessoas reivindicavam: invistam em educação, segurança, saúde e transporte e não em construção de estádios. Isso é democracia.

O jogo começou rigorosamente 16:00 horas em ponto. Uma pontualidade do árbitro Pedro Proença (POR) com seus assistentes Bertino Miranda (POR) e José Trigo (POR) impecável.

Uma coisa que não gostei nessa abertura foi o padrão imposto pela Fifa de tudo ser em inglês como primazia e depois falar as coisas em português. É território brasileiro. Fora o padrão de cronometragem de duração da partida. Padrão ignorado ao meu gosto, mas enfim. Respeitamos o protocolo. E logicamente: hinos de países deveriam ser executados por completo e não pela metade.

Brasil: 
Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Fred e Neymar. Técnico: Luiz Felipe Scolari

Japão:
Kawashima, Uchida, Yoshida, Konno e Nagamoto; Endo, Hasebe, Honda e Kagawa; Maeda e Okazaki.
Técnico: Alberto Zaccheroni
Eis os únicos times do mundo inteiro garantidos à Copa de 2014.

O primeiro tempo da partida foi interessante só no comecinho. Aos 3 minutos o Neymar faz o primeiro gol. "Chuparam" o que diziam que ele estava em má fase. Um belo gol.

Depois disso o jogo ficou morninho, morninho e morninho. Algumas faltas, perigos de gol, um cartãozinho amarelo ao jogador japonês, mas nada tão espetacular. Primeiro tempo equilibrado? Não concordo. Poderíamos todos nós termos desligados nossas televisões e ficarmos fazendo quaisquer outras coisas que o primeiro tempo não faria falta alguma. E não fez mesmo.

O segundo tempo foi mais animadinho. Nos dois minutos de jogo o segundo gol da seleção feito por Paulinho.

O engraçado é o Ronaldo comentado. Foi bem ele nos comentários. Mas sua voz é um timbre 100% inigualável e 100% identificável. (Risos).

No jogo a primeira substituição que foi japonesa. O técnico japonês precisava se mexer e fazer alguma coisa. Não é mesmo? Mostrar serviço de técnico.

O interessante foi a torcida pedir Lucas para entrar no jogo. E assim Felipão fez retirando o Neymar.

No meio da partida mais duas substituições: saía Hulk, entrava Hernanes e saía Fred para entrar Jo. No Japão também houve substituição.

E olha só que curioso isso...Quarenta e sete minutos do segundo tempo, último minuto o Jo faz o terceiro gol. Como é o futebol.

Exceto Japão, satisfação geral.
O Brasil continuando a mostrar o futebol que fez nesse sábado irá longe. 

Vejamos as dificuldades que enfrentarão com outros adversários. Vamos ver se haverá tranquilidade nessa competição.

E digo mais: se a seleção vencer esta Copa das Confederações e a Copa do Mundo, digo que o atual presidente da CBF - José Maria Marín -  vai calar a boca de muita gente no futebol e da imprensa esportiva. Isso não é defender ninguém. Apenas coloco fatos e prováveis fatos futuros do que pode ou não acontecerem.

Agora em Fortaleza às 16 horas o segundo jogo do Brasil. Será que haverá manifestações e vaias a quem merece por lá? É o povo exercendo com mais evidência um Brasil melhor para todos com igualdade e justiça, claro.

Vamos observar para onde este país caminha.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Recordações (parte II)

Às vezes penso que nasci numa época errada. Que eu deveria ter nascido nos tempos de hoje. Simplesmente porque adoraria ter podido usufruir de tudo o que a geração atual utiliza em termos de tecnologia na minha infância e adolescência.

Claro, muitos podem dizer que épocas que não existiam smartphone, celular, tablet, iphone, ipad, ipod, MP3 (MP4, MP7, MP10...), os vídeos games modernos (Xbox 300 e Playstation), GPS de ruas, Google e suas diversas ferramentas (Youtube, Google Tradutor, Google Maps, etc), redes sociais e internet a infância era melhor. Bastava termos a TV para assistir, as brincadeiras recreativas e os brinquedos para uma diversão sadia e simples.

Concordo em partes. Não é simplesmente estar desprezando a época em que nasci, Foi uma época linda e maravilhosa. Porém, ela seria mais viva e marcante se eu pudesse ter registrado tudo o que me acontecera com hodiernas câmeras digitais  ou celulares com câmera (se existissem naquele tempo), seja como fotografia ou filmagem, de exemplo. Expor acontecimentos da vida escolar em alguma rede social seria também interessante. Eu teria uma recordação dos momentos passados bem mais fortes do que a mera lembrança longínqua que a memória oferece.

Logicamente, hoje posso ter e fazer tudo isso. Qualquer pessoa que queira faz e pratica. Tudo o que faço hoje, daqui a dez anos nas redes sociais desse tempo passado, doravante posso rever, usufruindo desse prazer de praticar a recordação boa dos momentos pretéritos. Blog, então???!!!!! Nem se fala!! Se há 20 anos atrás existisse o blogger como ele é hoje, mama mia! Que divino! Com certeza para mim isso tudo seria bem mais interessante. Muito mais interessante mesmo. O que me resta é às vezes tentar repor momentos antigos meus e retratá-los aqui no blog no futuro, se Deus quiser.

Tudo tem o que o seu tempo, de fato. Porque o meu tempo de curtir essas tecnologias é presente. Entretanto, felizes sãos os que nasceram na década de 2.000 até hoje (por usufruírem de privilegiadas tecnologias virtuais).

Não sou escravo da tecnologia. Não dependo dela para sobreviver. O velho diário do passado que hoje é o blog dos internautas me seria muito bem vindo. E eu equilibro isso com maestria. Veja dois exemplos:

Amo vinil, adoro o som do vinil. Curto demais ouvir aquele chiado do som da agulha sobre a trilha do disco. Ficar vendo aquele LP girando no aparelho de som me fascinava na infância e me fascina até hoje. Mas não abro mão do meu MP4 onde posso pôr milhares de músicas para ouvir quando quiser.

Amo máquina de escrever. Aquele "tec-tec" será sempre inesquecível. Tabulação e aprendizagem do "asdfg - espaço - hjklç". Lindo! Mas eu não abro mão do meu notebook para usar o word e demais ferramentas que a tecnologia proporciona. Oras, foi no notebook que escrevi esta postagem e a publicação via galaxy do celular. Óbvio.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Os primeiros convidados a participarem.

Olá, caro leitor deste blog. Vou discutir um assunto que a meu ver não é e não será polêmico de forma alguma (pelo menos para mim).

Claro, poderá nos comentários haver discordâncias, de acordos ou outros comentários que os leitores quiserem manifestar-se. Fique à vontade para discussão sadia e inteligente. Escreva abertamente e coloque sua ideia.

No dia 2 de junho e 2013 teve a décima sétima edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo. O lema deste ano foi "Para o armário, nunca mais! - União e conscientização na luta contra a homofobia", para as pessoas assumirem abertamente a sua orientação LGBT.

 Até aí eu concordo em partes. Na minha modesta opinião não sou muito a favor dessa palavra "assumir". O que se faz entre quatro paredes de uma intimidade sexual não diz respeito a terceiros.

Heterossexuais não precisam assumir a sua posição sexual para ninguém. E por que com LGBT deve-se ostentar de modo notório essa posição?

Sexo é algo íntimo. Muito íntimo. Conheço gays que são absolutamente discretos e felizes. Eu não estou dizendo aqui que gays, lésbicas ou bissexuais não devem afirmar sua orientação para as pessoas publicamente. Façam se quiserem fazer livremente. O que não estou de acordo e que deveria sair do termo social é o "assumir" e o "sair do armário".  Fale da sua vida sexual se quiser de modo tranquilo, responsável e seja infinitamente feliz. Falar abertamente deve ser opção e não imposição. Diga se quiser e se não quiser também é uma escolha saudável. Estar seguro de si expressando o que curte sexualmente falando é o que há. Mas se não quer expor nada, bastando estar curtindo seu companheiro ou companheira entre quatro paredes, também está correto.

Discordando disso comente à vontade. Adoro discussões inteligentes. Esse meu conceito que expus não é fundamental. Totalmente aberto para mudar de opinião com outras opiniões, pois mudar de opinião não significa ficar em cima do muro ou demonstrar imaturidade de ideias.

Concordo com Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), que disse que a Parada do Orgulho LGBT não pode ser vista apenas como um carnaval fora de época. Exatamente. Isso mesmo. Abaixo à homofobia, ao preconceito, à intolerância.

Porém, infelizmente o mundo jaz no preconceito. Quem diz que não existe preconceito no Brasil ou no mundo só porque há avanços tecnológicos ou porque estamos no século XXI, engana-se feio.

A manifestação do preconceito e da intolerância não está em bater em gays na Praça da República ou bater com lâmpadas na Avenida Paulista. Lamentavelmente eles são mais obscuros e assustadores.

Eu vejo, eu percebo, eu noto. Isso está nas opiniões das pessoas. São opiniões nas conversas em bares, restaurantes, no trabalho, na balada, nas ruas, no metrô, nos ônibus...

Elas falam claramente nos bate-papos com outras pessoas suas posições. E quem são essas pessoas? Pessoas comuns: donas de casa. pais, mães, trabalhadores, desempregados, religiosos, não religiosos...enfim...pessoas comuns (anônimas - não famosas publicamente) que vivem na nossa sociedade. Brasileiros e brasileiras.

É óbvio, é lógico que, se aparecer um repórter de TV, de jornal, da internet ou de rádio perguntando a essas pessoas o que acham dos homossexuais, falarão aquilo que todos nós conhecemos. O famoso clichê: "Nada contra. Tenho muuuuitos amigos gays." E etc, etc, etc...

São poucos que dão a cara para bater. E por quê não dizer que quase ninguém vai falar expondo uma opinião contra LGBT? Claro. Quem quer ser "linchado" virtualmente de graça nas redes sociais? Está entendendo o que quero dizer?

E câmera sendo desligada e o entrevistador indo embora, "renasce" aquela opinião que sempre tiveram as pessoas de VERDADE.

Faça um teste. Pergunte descompromissadamente para qualquer pessoa ou um (a) amigo(a) seu (ua) a verdadeira opinião sobre gays. Serão poucos a dizer que realmente aceitam e respeitam. E perante um público através de uma câmera darão uma postura de "amigos de todas as gentes", mas que é tristemente mentirosa.

Por isso fica como sugestão minha para combater a eterna luta contra qualquer preconceito que dá luz ao título desta postagem: os primeiros convidados a participar.

Do que estou falando? Simples. Para a próxima Parada do Orgulho LGBT o tema deveria ser esse. Que os primeiros convidados a participarem da Parada sejam os heterossexuais.

Como? Assim: "Tragam suas crianças, seus adolescentes, seu pai, sua mãe e seus avôs e avós. É um evento familiar. Todos podem participar. Não é evento exclusivamente para gays. É um evento de gays destinados para todos, independentemente da orientação sexual. Vocês amados heterossexuais são nossos convidados em primazia. Vamos cultuar a diversidade, o amor ao próximo,à aceitação e principalmente ao respeito." É isso. Fica a ideia no ar.

Finalizando, é isso que tenho a dizer. Fica agora a seu critério concordar, não concordar, escrever do que entendeu ou não entendeu, do que achou importante ou não. Ficarei feliz se houver comentários. É isso aí. Saudações blogueiras mais uma vez.