sábado, 29 de janeiro de 2011

Papa e Baby Doc e as pessoas.

Tenho observado os últimos acontecimentos sobre o retorno de Jean-Claude Duvalier ao Haiti após 25 anos de exílio na França.

No Haiti um rebuliço enorme: muitas manifestações favoráveis e desfavoráveis a Baby Doc, que foi ditador daquele país de 1971 a 1985.

Vejo quantos haitianos adeptos Duvalier tem. Li sobre diversos partidários clamando com emoções ao ex-ditador. Há rumores pretenciosos de anular as eleições presidenciáveis para que ocorra uma possível candidatura de Doc.

O pai de Baby Doc - Papa Doc (François Duvalier) também foi ditador no Haiti de 1957 a 1971. O pai de Jean-Claude tinha essa alcunha de "Papa Doc" justamente por até então (antes de comandar o Haiti), ter sido uma pessoa boa, cuidadosa e que amava os seus próximos. Ele era médico: Papa (papai), Doc (doutor) - papai doutor. Daí o nome. Então, quando tornou-se presidente, mudou-se de caráter sendo rude, severo, insensível e passando a perseguir seus opositores, acabar com a Igreja católica no país, transformar o Haiti na nação mais pobre das 3 Américas e com forte índice de analfabetismo e saúde precária. Impôs uma taxa para o povo pagar cujo objetivo era construir uma cidade chamada Duvalierville. O dinheiro acabava indo para o próprio Doc. Isso tudo no final dos 60 e início dos anos 70.

François Duvalier morreu com 64 anos em meados de abril de 1971 devido a diabetes e um coração muito fraco. Assumia em seu lugar seu filho, já com o nome de "Baby Doc".

Jean Claude está sendo indiciado por violações aos direitos humanos, corrupção e por ter matado 30 mil opositores em seu governo. Particularmente chamaria isso de crime contra a humanidade.

No dia 14 de novembro de 2010 postei  no meu blog sobre René Préval, presidente atual do Haiti. Disse só coisas boas a respeito dele. Leia esse post dessa data.

Tudo o que disse lá, continuo afirmando, mesmo recebendo notícias de que a popularidade de Préval é, deveras, impopular e a insatisfação dos haitianos com o governo, grande. As consequencias do terremoto de janeiro de 2010 (que matou mais de 200 mil pessoas) são extremamente notáveis até então com pessoas sem ter onde morar, miséria, pobreza e epidemia escancarada de cólera pelo país. Fora ainda indagações internacionais sobre o que está se fazendo com o imenso montante de dinheiro arrecadado pelo Haiti cujos resultados são pouco expressivos.

Acredito que tudo o que tem acontecido ao país desestruturaria qualquer governo. Percebe-se um povo carente. Exatamente: um povo muito carente. Carente até o ponto de querer novamente um ex-ditador no comando como se ele mesmo fosse "aliviar" as dores ou que com ele nunca houve e agora jamais haveria um terremoto tão destrutivo como foi. A carência faz-nos pensar cada coisa incoerente...como essa.

Em nenhum país do mundo não haverá governo que agrade 100% as pessoas. O curioso é, havendo péssimos ou ótimos governos, sempre existirão inúmeros e inúmeros adeptos de tais. Amando ou criticando o planeta é assim. O ser humano é assim.

Posso citar vários exemplos. De exemplos musicais: Justin Bieber, Restart, Fresno, Jonas Brothers e etc.O que tem de pessoas que amam ou odeiam esses citados é grande. Agora qual prevalece eu não sei, mas sei de muitos que declaram amor e muitos que declaram ódio.

Gal Gosta em seu twitter disse: "Como na Bahia as pessoas são preguiçosas! Técnico do ar-condicionado não pode terminar o trabalho por que está com dor de cabeça. Essa é a Bahia!", escreveu.

As críticas por ter escrito isso foram de norte a sul e de leste para oeste. Ela errou em generalizar? Não? Não generalizou?

Bom...nós podemos falar sobre o que quiser. Neste blog pode se falar sobre tudo. E claro, opinando com responsabilidade. Mas uma coisa eu concordo com ela quando disse: "Gente, chega! Acabou o assunto da preguiça. Não se pode falar nada aqui que tudo vira polemica. Sou baiana e falo por que posso. Vou sair. Tchau."

De fato, as pessoas não podem também ficar polemizando sobre o que Sicrano ou Beltrana de Tal falou.Opinar, sim, mas não fazer tempestade em copo d'água.

Falando de governo, como estamos (acabamos fugindo um pouco falando de música, mas sendo com muito sentido), temos a prefeitura de São Paulo e o governo estadual.

Há mais de 10 anos o governo PSDB está no comando estadual de São Paulo. E entra eleição, sai eleição, entra ano, sai ano, só vejo críticas e mais críticas a esse governo: segurança e educação são as mais comentadas. Em 2010 teve eleição e mais uma vez o PSDB ganhou. Aí fica claro que quem critica é a minoria e os satisfeitos, a maioria.

Dizem também que Celso Pitta ( governo municipal de 1997 a 2000) é considerado o pior prefeito que São Paulo teve. Não sou eu quem falo, são as pessoas, cidadãos, contribuintes afora que falam. Agora, você vai encontrar muitos e muitos defensores de Pitta? Com certeza absoluta. Na razão ou não há opiniões e opiniões.

Encerrando, deixo a seguinte questão: até que ponto um governo ruim é bom para o país e um governo bom é bom para o país? (Bom e ruim é genérico como transporte, saúde,educação,saneamento básico e por aí vai.). Qual a ponderância, qual a medida? Existe um POSSÍVEL governo ideal para todos? O Haiti parece que esqueceu das atrocidades dos Duvalier, querendo o Baby Doc de volta.

Um comentário:

  1. É complicado imaginar um governo agradando ou desagradando a todos... Principalmente por conta das ações incumbidas a este.

    Bem interessante seu post!

    ;D

    ResponderExcluir